Dando uma volta por 2014 através de desenhos entre caixas e segredos.
Desde que comecei a juntar os meus trabalhos dei preferência por pastas que pudessem organizar os diferentes formatos de papel.
Com rascunhos que iam se espalhando conforme quando e onde eu conseguia rabiscar.
É uma forma de organizar uma narrativa daquilo que foi produzido no ano com um olhar mais distante do tempo. Deixando entrar nas páginas algumas contas, cartas, exames ou qualquer panfleto que contextualizasse época e momento.
Todas as coisas que compõe e atrapalham a arte ao mesmo tempo. Nesse trecho, alguns desenhos do cotidiano entre caixas e segredos do trampo de estoquista e inspirações até alguns contos transcritos à mão.
Um ano ainda de alienação, mas que consciência de classe e realidade material começavam a se formar pelo debate público tumultuado, o início da bagunça que a despolitização faria nos próximos anos.
Memórias comprimidas por um corpo sem dores nas costas, nos seus plenos 21 anos de idade.